Se você passou do título, provavelmente pensou que essa é uma pergunta retórica ou quer me apedrejar nos comentários. Mas talvez possamos pensar juntos sobre o crime que aconteceu na marca dos Correios:

Mudança na marca dos Correios.

(Eu não quero falar, porque até dói.)

Eu poderia levantar vários argumentos sobre a quantidade curiosa de dinheiro que foi gasta e todo o trabalho de rebranding, que fazem sentir uma nostalgia de ver uma van antiga ou querer guardar um envelope que poderá ser considerado uma relíquia no Mercado Livre daqui a alguns anos.

Todos poderiam ser rebatidos com uma boa defesa, como provavelmente foi acompanhada de água, café e com a noção de que não gostamos de mudança, mas que logo vamos nos acostumar.

Isso não muda o fato de que há algumas semanas eu gastei 1h30 do meu expediente para retirar uma encomenda do AliExpress em uma agência e pagar uma multa por trair meu país, logo atrás de pessoas que queriam retirar o INSS, tinham alguma dúvida e tiraram uma senha e alguém que queria enviar uma tradicional vassoura Princesinha para Araxá.

A nova identidade visual dos Correios não fez nada por mim.

Os designers precisam pensar no consumidor. Mas podem?

Veja, quando mudamos o .PNG do topo de um site, muito muda. Semiótica, percepção de marca, kerning, harmonia. Isso é fruto de muito estudo e bons ensaios sobre isso podem ser acompanhados no LOGO.BR - especialmente o das Olimpíadas de Londres, meu preferido.

Mas branding também é entrega. Não podemos nos contentar com Gotham e Proxima Nova como consumidores. Nós não somos obrigados nem a saber o que é isso ou tipografia. Eu só queria um sanduíche.

Nova identidade Subway

Eles prometeram um frango melhor com a nova marca. Estou no aguardo.

Veja, eu amo a seta do FedEx. Eu amo mais ainda porque simboliza que algo vai em alguma direção. Isso é serviço.

Seta na marca da FedEx

Bonito pode ser muito do que vivemos, mas design é função.

Então por que limitamos nossos designers? Por que não os convidamos para entender o sistema? As mudanças de marca precisam ser símbolo de algo tão rico quanto o processo criativo e não podem morrer na placa nova.

O Alexandre Wollner pode falar melhor sobre isso:

https://www.youtube.com/watch?v=2mGKl6y_6zU

Da próxima vez, quando você propor ou aceitar uma nova marca, pense que se o arquivo fosse destruído, o que realmente teria mudado? Por favor, me diga que você tem um projeto 🙂

(A The Tomato faz.)

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